Em nossas memórias reside
tudo o que nos trouxe até aqui.
Não importa o tipo de
memória, ram, rem, arcaica, recente,
instantânea, somos o que viemos sendo, somos a
memória de amanhã.
No céu do momento, muita
memória,muito tempo psicológico.
Passagens muito abertas às águas memoriais, às
águas formadoras do recheio
da essência, signos de água,
câncer, escorpião e peixes.
Ali estão circulando muitos
planetas fortes e lentos, sociais e geracionais.
Mergulhar nas águas, é este
o convite. As portas estão destrancadas, soltas,
prontas para o ingresso,
experimente! Grandes trígonos de água são grandes
dádivas, oportunidades de
integração e estabilidade, de capacidades.
Entremos, pois, no universo
aquático!
Uma certa sensibilidade
estranha, uma certa tontura, uma certa falta de ar.
Um descontrole de tempo,
mudanças abruptas de humor, um certo silêncio
interior, marcam outra
frequência, outra perspectiva. Um certo delírio que
ocorre, uma outra música
soa, o passado, o que foi um dia, o que estava ali
ontem....
Tudo isso são as águas! Uma
carta, um bilhete, um objeto de ontem....hoje.
A atmosphera de um ambiente
falando, susurrando, chorando apegado ao que foi. Cronologicamente incorreto
está o relógio, o ca-lendário parou, a infância.... As primeiras
experiências nas relações. Onde ? Quando?
Com as águas sente-se algo
sempre aqui, sempre agora como se ontem fosse.
O ontem nunca foi.
E o triângulo nos dá a
dimensão exata da memória, do vivido.
A consiência agora vê esse
passado, vê esse tempo ido, sente as entranhas revirarem.
Cai numa calma estranha, uma
paradera, um ritmo de mergulho, sub marino.
Estamos mergulhando no ritmo
aquático. Agora há uma possibilidade....sentir
e ver com muito mais clareza o
próprio crescimento, sem dúvida ou presunção.
Em Câncer tudo inicia e ali
temos Júpiter que traz a visão ética do passado,
conduz ao passado com novos
olhos, re-lê....re-vê! Amplia os vínculos familiares, atravessa o rio
do esquecimento e traz uma lembrança. A dor é compreendida como eterna, é terna.
Júpiter dá um corpo emocional mais apropriado ao momento.
Tudo acumula-se em
consciência experimentada.
E, a partir daí, chegamos no
trabalho de Saturno em
Escorpião, um trabalho árduo. Aqui estamos a incorporar
poder, poder pessoal. Algo
que nos dá força para ficarmos de pé em meio ao turbilhão.
Sim, temos um turbilhão
acontecendo, principalmente ao tocarmos memórias,
revê-las. O turbilhão emocional é o tom dessa água escorpiana. O rio encheu e a correnteza
é forte! As margens
sumiram, a vegetação siliar é escassa, os barrancos cairam e a
grande massa de água e
lodo desliza intensamente.
Saturno pede limite, auto
preservação e o uso de
nossa autoridade.
Ficar firme na experiência!
Júpiter empresta a Saturno a fé no caminho percorrido até aqui, cuida para que a
dureza, o pessimismo e o medo não envenenem a experiência. Saturno pode fazer o seu
trabalho com mais visão. Segue adiante e aprofunda-se mais, começa a sentir a solidez e
a
estrutura nova sendo
construída. Já não reage apenas!
E o grande trígono se
instala, se faz sentir. Tudo fica mais largo, os perigos aparecem e penetram, sacodem a
estrutura. Sim, o trígono
deixa acontecer
e direciona os fatos para o signo de Peixes, onde
Netuno e Kíron se
encarregam da dissolução, da diluição, da compreensão, da inserção,
do relaxamento, da
inspiração. Aqui há lugar para tudo. As experiências vividas,
as emoções criadas nas
memórias, nos tempos idos, agora recebem acolhida e
se misturam ao mar do
agora. A consciência surfa a onda de ontem e a conduz
à praia
do futuro que já estava
ali com a memória cheia de lembranças......
a música que
toca?
João Gilberto.....Chega de
Saudade
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