JOGO ASTROLOGICO

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Pelotas 2012

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Oficina em Pelotas

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Em Pelotas 2012

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domingo, 21 de setembro de 2008

Netuno 1/2 velho já.

"Si aparecen el sufrimiento o la cólera,
acepta el sufrimiento o la cólera.
Todas estas emociones son Buda bajo todas sus formas,
buda-sol, buda-luna, buda-feliz, buda-triste.
Es el universo que te ofrece todo lo que existe
a fin de despertar y abrir tu corazón."

Jack Kornfield
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Pois havia um tempo em que eu me revoltava contra os norte americanos, achava que eles tinham grana demais e tinham a obrigação de repatir seus recursos com as nações mais pobres e mais necessitadas do mundo. Tipo já tinham explorado demais, invadido demais com a sua cultura machista imperialista. Eu sofria com essa sensação de ser explorado e de não ser potente a ponto de me sentir um pouco mais livre. Havia algo sempre amarrado, aquela sensação pisciana de vítima inexorável, de uma escravidão eterna sem fim....ainda mais quando precisava enfrentar o sistema de transporte urbano brasileiro, entenda-se ônibus apinhado de gente, trânsito caótico, ruas esburacadas, paradas longe demais de tudo, um quadro de dor interminável.
Época dura essa de estudante num país tonto pós regime totalitário, e tudo mais. Um momento onde, individualmente e coletivamente, ainda estávamos voltados para fora, para o externo. As coisas pareciam vir de lá, uma sensação de que precisavamos nos adequar a um mundo imutável e consolidado, numa eterna comparação para pautar um caminho possível.
Muito incrível tudo isso e até certo ponto muito "fácil", na medida em que se tem um modelo, algo que está lá fora acontecendo, se mostrando como forma imperativa e "maior". Olhar sempre para fora, para o externo pode provocar uma sensação de falta, de impotência ou de dependência.

Pois, agora, século XXI 2008.......isso tudo já pode parecer uma doce ilusão, aquele auto engano peculiar a Netuno, uma sensação de ter vivido num estado alterado de consciência dionisíaco negativo, fundido numa grande célula máter, num entupimento cardio vascular que impedia o coração de bater na sua plenitude, um auto esquecimento secular.
Parece que se chega a um momento de contraposição a tudo isso, um tempo de inverter o olhar e converter a realidade em via de 2 mãos, o externo sempre ali na frente do olhar e o interno com outro matiz, outro apelo. Abre-se a possibilidade de fechar os olhos, de respirar e de exercitar a intuição (ação para dentro), interiorizar a direção do olhar. Dar um sentido àquilo que sempre esteve lá fora, compreender o que estamos vendo à luz do que começamos a enxergar dentro quando fechamos os olhos e cessamos a comparação. Surge um contato diferente, um espaço diferente com o qual não estamos acostumados, surge um indivíduo!
Na medida em que o indivíduo existe aparece a possibilidade da interação, aparece uma potência esquecida, suprimida. O externo recebe um contraponto, conecta-se ao indivíduo e amplia-se no seu significado, passa a fazer parte de universos diversos, tantos quantos olhos existirem.

Mas o quê isso tudo tem a ver com os norte americanos? Tudo, ou nada! É uma questão de visão, que muda de indivíduo para indivíduo. Pode-se pensar que os yankees estão empobrecendo, decaindo, despencando e, assim, se parecendo mais com seus hermanos do sul. Que estão saindo do seu estado alterado de consciência e caindo na real. Que estão, como todos os impérios, na fase de decadência e fim. Ok, a história também evolui e muda seus conceitos, afinal de contas o tempo vai passando, Saturno vai incorporando novas formas ao seu modo de ser e estar. Quem sabe esse novo tempo da via de 2 mãos, do olhar para dentro além de hipnotizar-se pelo que se vê fora, esteja encerrando o capítulo da impotência individual perante um mundo imenso, inexplicável e inexorável. Terminando um período de desconexão interna e criando uma outra auto-estima individual e coletiva a ponto de se compreender melhor aquilo que está acontecendo. Criando uma compreensão mais simbólica e a partir dela consolidar um novo olhar, um novo estar no mundo, uma nova dimensão de paz e liberdade.

Bj.Du

Um comentário:

Amanda disse...

Que legal o texto! Fiquei pensando que dar-se conta de que o que precisa modificar somos nós mesmos é a chave para a verdadeira liberdade. Porque aí a gente começa a perceber que é necessário tomar outra atitude, diferente daquela que olha o externo. Vemos que quando agimos como vítimas, pouco podemos fazer, deixamos de ser agentes da vida, de nossa vida, nos sentimos amarrados, contingentes à realidade e assim é difícil mudar. Então, percebemos a importância de sentimentos pouco acessados em nós e consequentemente na sociedade: aceitação e compaixão (o outro lado de Netuno). Para que aconteça a mudança, para a libertação de nossas prisões, ilusões, devaneios netunianos parece necessário, para mim, aceitar nossa luz e nossa sombra, como dizia o poema " acepta el sufrimiento o la colera". Que possamos tomar consciência desse processo de integração do ser. Mãos à obra!